📺 [RESENHA] Cursed, A Lenda do Lago

Cursed, A lenda do lago - A nova série da Netflix que promete mudar tudo que você conhece sobre a história do Rei Arthur



Esqueça tudo que você já ouviu falar sobre a história do Rei Arthur, a nova série da Netflix conta uma versão alternativa em que a espada escolhe uma rainha ao invés do clássico rei.

Baseada na HQ criada por Frank Miller e Tom Weber, a série conta a história de Nimue, uma jovem Féerica nascida com poderes, que logo após a sua vila ser atacada, recebe a missão de entregar uma espada mágica ao mago Merlin.


A produção da Netflix toca em assuntos bem atuais, como guerras, homofobia, preconceito e fanatismo religioso, mas o seu foco está em uma releitura da famosa lenda arthuriana.

A princípio, se o espectador espera alguma ligação com a lenda original, pode se confundir, pois tudo é mudado e invertido, desde a personalidade até os vínculos entre os personagens. A Dama do Lago recebe o protagonismo da história, Arthur é um mercenário e ladrão que busca honra, Merlin não é um poderoso mago, apenas um bêbado sem magia.


A fotografia e o cenário são deslumbrantes, com paisagens naturais e medievais de tirar o fôlego, juntamente com o figurino bem pensado. A série também agrega elementos mitológicos clássicos, trazendo cavaleiros, lendas, feitiços, lutas de espada e maldições.


O grande charme da série e sua principal qualidade é o jeito em que a trama prende o espectador, com reviravoltas, cenas de causar ansiedade e o desejo de saber o que ocorrerá logo após. Entretanto, a série peca por não saber manusear ao certo os elementos com que trabalha, perdendo um pouco do potencial que a produção tem, com soluções de problemas mal elaboradas e instabilidades no enredo.


O protagonismo feminino se perde com o passar dos episódios, pois Nimue não recebe cenas de empoderamento tanto quanto o esperado e seu desenvolvimento é um pouco confuso. A atuação de Gustaf Skarsgård, que interpreta Merlin, é muito boa e destaca-se. O vilão, conhecido como Monge Choroso, tem um ar sombrio e misterioso, que o faz ser um adversário à altura da protagonista. E o mais interessante é que a série também apresenta outros vilões secundários, como a irmã Íris, que começa a perseguir Nimue, o padre Carden, que comanda os paladinos vermelhos, um exército de padres assassinos, e até o próprio Arthur age como um “anti-heroi” em parte da trama.


Cursed tinha tudo para ser uma das séries queridinhas da Netflix, por exemplo o protagonismo feminino e sem apelo sexual, uma releitura nova de um clássico, as críticas sociais e a inovação de trazer um Arthur negro, mas falha em aproveitar bem os elementos. Provavelmente não vai ser a principal aposta do serviço de streaming do gênero fantasia pra tomar o lugar do público depois do fim de Game Of Thrones. Cursed, pelo menos em sua primeira temporada, é uma série mediana que funciona como ótimo passatempo, mas que não se destaca dentro do gênero.


Resenha escrita por: Naara Christine.



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