DUNA: Um Marco Para a Ficção Científica
Lançado em 1965, por Frank Herbert, Duna é um livro essencial para qualquer amante de literatura – e, claro, ficção científica. Isso se dá porque, além de continuar sendo tão relevante nos dias de hoje, o romance também serviu de inspiração para diversas obras que são, atualmente, um sucesso para o público e para a crítica. Ora, sem dúvidas, Duna é uma das maiores influências da cultura POP: com mais de 20 milhões de cópias vendidas, influenciou 'Perdido em Marte' e 'Star Wars'. No entanto, mesmo com uma série de livros marcantes e excepcionais; no cinema nunca tivemos uma adaptação decente.
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Parece, porém, que isso mudará – no dia 21 de Outubro de 2021, chegará aos cinemas brasileiros a mais nova adaptação do livro de Herbert, dirigido por Denis Villeneuve (Blade Runner 2049, A Chegada), protagonizado pelo maravilhoso Timothée Chalamet e com a participação da talentosa Zendaya. Para comemorar, nada mais justo que exaltar a obra que permitiu o surgimento desse filme: o primeiro livro de DUNA.
O livro, com quase 700 folhas, é dividido em capítulos e subcapítulos. Apesar de o protagonista ser o jovem Paul Atreides, que foi treinado pela sua mãe por meio de doutrinas secretas de uma irmandade, o livro fornece o ponto de vista de diversos personagens. De certa forma, conseguimos prever certos acontecimentos antes mesmo de eles acontecerem. Sinceramente? Essa técnica torna o livro bem complicado, mas extremamente empolgante. Confesso que, no primeiro grande capítulo, me senti meio perdido. Acredito que todo mundo se sente. Aliás, é um universo totalmente novo e desconhecido, com personagens complexos e palavras difíceis.
Eu sei, parece um monstro de sete cabeças, mas não é. Bem, além da 'Terminologia do Imperium', que explica grande parte das "palavras difíceis", Frank Herbert se utiliza de técnicas que nos mergulham naquele mundo. Assim, cada terminologia nova é explicada e cada peça do quebra-cabeça imenso que é DUNA se junta. Tudo isso, no fim, se torna um livro fantástico; que – além de ter uma história surpreendente, épica e cheia de reviravoltas – toca em temas que são muito atuais. Embora lançado há quase 60 anos, muitas das problemáticas criticadas e apontadas pelo autor servem também para entender o nosso mundo de hoje – a importância da água, por exemplo. Apesar de o livro abordar, de forma exemplar e emocionante, a ecologia, ele não se contenta com isso. Nesse aspecto, aprofunda-se na instabilidade política após um duro golpe sofrido pelos Atreides e na religião.
Enfim, esse livro é um aglomerado de críticas à humanidade e, ao terminar o livro, é impossível não se perguntar "Para onde nós, humanos, estamos levando a Terra?". A resposta talvez não seja animadora, mas a reflexão é importante. Então, obviamente, DUNA é leitura obrigatória; pela história magnífica e pelos repertórios que ele traz.
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ATENÇÃO! Os próximos tópicos podem conter spoilers
DUNA E A ECOLOGIA
Como dito anteriormente, uma das principais críticas de DUNA envolve Ecologia, a ciência que estuda a relação dos seres vivos uns com os outros e com a natureza. Sabendo disso, em DUNA podemos ver como o meio-ambiente é primordial não só para a nossa sobrevivência, mas também para o bem-estar geral. Dessa forma, além de sermos presenteados com histórias magníficas, é possível perceber no livro, com clareza suficiente, a importância de preservar nossa Terra. Infelizmente, de 1965 até 2021, não houve enormes avanços na preservação ambiental. Aliás, o aquecimento global já está entre nós. Durante toda a jornada de Paul, o meio-ambiente é exaltado, e a falta dele, na história, é sentida até pelo leitor. Em alguns momentos, durante a leitura, eu senti muita sede. Talvez seja coincidência, mas acho que foi a imersão na leitura. E no final do livro há um apêndice maravilhoso que aprofunda mais nessa temática – e sua leitura é fundamental.
DUNA E A RELIGIÃO
Além dos elementos políticos e ecológicos em DUNA, um que ganha muito destaque é a religião (há um apêndice muito bom sobre esse tema no final do livro). Na história, Paul é, para os Fremen, um ser profetizado. Eles, os Fremen, têm sua própria cultura e religião. Além deles, há a irmandade das Bene Gesserit, que usavam meios que traziam a religiosidade. Assim, conclui-se que um dos pilares mais importantes em DUNA é a religião. Isso é perceptível devido a Paul, que, por suas visões, poderia ser interpretado como um messias. A partir disso, o jovem Paul passa por diversos dilemas sobre a grande responsabilidade e o medo de um conflito – que foi inevitável.
DUNA E A POLÍTICA
Todas essas temáticas (ecologia, política e religião) funcionam perfeitamente bem para o surgimento de DUNA (e para as críticas). Contudo, a parte mais interessante, em minha opinião, foram as relações e conflitos políticos, que movimentam a história e fazem duras críticas para a nossa "história maior", o mundo real. Inclusive, o livro faz citações de alguns ditadores, como, por exemplo, Hitler. Além disso, a parte política foi notoriamente utilizada como inspiração no surgimento de Star Wars.
A única dica que posso fornecer a vocês é: leiam! DUNA te entregará personagens maravilhosos e carismáticos, uma história complexa e temáticas essenciais para compreender o nosso mundo.
Revisado por: Stella Maya de Amorim
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